Atletas apresentam riscos maiores para micoses cutâneas, independente do esporte praticado. Apesar de todos os esportes exporem os atletas a esta patologia, no futebol, a tinea pedis, principalmente quando infectada ou associada à onicomicose, ultrapassa a performance individual e passa a refletir na performance do coletivo, do time como um todo, sendo fundamental a prevenção.
Um estudo realizado com 23 jogadores masculinos de futebol profissional em Curitiba (PR), através de exames clínicos, micológicos (direto e cultura) e clipping ungueal, demonstrou que 18 deles (78,26%) não apresentavam micoses; dois (8,70%) apresentavam tinea pedis; e 3 (13,04%) apresentavam onicomicose, associada à tinea pedis, principalmente por Trichophyton mentagrophytes. Todos os casos de onicomicose estavam associados à tinea pedis interdigital.
O estudo demonstrou que é necessário um programa educativo de cuidados com a pele no esporte, especialmente se considerada a importância do desempenho individual para o desempenho geral da equipe. Além disso, dentre os jogadores presentes neste estudo, um atleta precisou ser afastado de jogos por celulite de membro inferior, devido à tinea pedis infectada, gerando custos e adaptações individuais e coletivas.
Neste estudo, o percentual de casos de tinea pedis (21,74%) foi menor do que os resultados do Projeto Achilles brasileiro. Trichophyton mentagrophytes (60%) foi o principal agente etiológico, seguido do Trichophyton rubrum, em 20%. Nos dois atletas (8,70%) com tinea pedis, existiam históricos e diagnósticos prévios de micoses. As trocas frequentes de calçados e equipamentos neste time, provavelmente, minimizaram as condições para desenvolvimento de fungos.
Leia mais sobre este estudo, realizado por docentes e acadêmicas do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR), aqui.